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Monday, 5 September 2011
Capítulo 28
POV Tom
Eu já estava acordado há algum tempo e estava observando a Ash dormindo, não me preocupei muito com os dois nos descobrindo porque os ouvi chegando e subiram correndo as escadas. Não deviam se preocupar com a gente até o dia seguinte.
O que me faz pensar que eu nunca pensei como isso agora vai funcionar. Quer dizer, éramos melhores amigos, agora... Não sei exatamente o que somos, e se eles vão descobrir de qualquer jeito, como contaremos pra eles? Se contaremos.
Minha cabeça estava uma bagunça, ok, nós fazíamos sexo agora. Mas nunca parei quanto aos sentimentos. Será que ela queria algo mais de mim?
O que eu sinto agora, não é e na verdade nunca foi algo que se deveria sentir por uma melhor amiga. E conforme a conheci mais se intensificou.
Até agora só fizemos sexo e não paramos um segundo pra falar sobre sentimentos.
Escutei um grunhido, ela estava se espreguiçando pra acordar. "Bom dia." Eu respondi, sem tentar deixar transparecer muito a frustração na minha voz.
"Bom dia." Ela disse ainda se espreguiçando, levantou e foi direto pro banheiro.
Sabe, não que eu não achasse ela gostosa, afinal, qualquer idiota via isso, e o corpo dela é incrível. Também, até agora só tive tempo pra pensar nisso. Mas há quanto tempo eu já gosto dela? Não sei dizer.
POV Ashley
Acordei e fui direto pro banheiro, pra minha rotina. Só que dessa vez, meu melhor amigo estava só de cueca olhando pela minha janela.
Eu saí do banheiro, ele desviou o olhar pra mim e voltou a olhar pela janela.
Eu nunca tinha reparado, quer dizer... Já, mas nunca prestei atenção exatamente, em como ele era bonito. Ele não era tão magro quanto o Oli, mas também não passava do peso normal. Diria que o corpo dele, tinha o tamanho ideal. Nem tão magro, nem tão gordo.
Suas marcas de nascença debaixo dos olhos, meio avermelhadas parecendo machucados se não olhados de perto, combinavam perfeitamente com seus olhos verdes, e sua pequena franja caindo perfeitamente emoldurando o resto de seu rosto.
Huh? De repente eu estava com um sorriso idiota, reparando em todos os detalhes de seu corpo. Na verdade, só agora fui perceber que ele parecia preocupado, pensativo, frustrado? Ou uma mistura dos três enquanto olhava pela janela.
"O que foi?"
"Hum?" Ele pareceu surpreso, devia estar mergulhado em seus pensamentos. "Nada."
"Eu conheço esse nada. Vai mesmo me fazer insistir?"
"É só que..." Esperei ele continuar, parecia procurar as palavras. "Eu estava pensando..." Ele se virou pra mim.
"O que nós fazemos... Quer dizer... Como ficamos agora?" Ok, eu realmente fiquei surpresa, não tinha pensado nisso antes, pensando agora, não dizer o que somos.
Eu balancei minha cabeça negativamente. "Eu, não sei..." Ele abaixou a cabeça.
"Foi o que pensei."
"Por favor, não fale assim..." Não queria ter dito isso desse jeito, minha voz soou quase como uma súplica desesperada. Eu sabia que ele tinha sentido a dor na minha voz.
"Ash..." Sua expressão agora meio triste. As lágrimas queimando os meus olhos, eu realmente não queria chorar agora, respirei fundo e segurei meu choro.
Ele suspirou. "Eu estive pensando, até agora, tudo que nós fizemos foi fazer sexo, sem compromisso. Quando acordei hoje, tudo começou a rodar na minha cabeça. Eu não sei o que somos agora. E se vamos continuar agindo assim, eu preciso saber... O que você sente por mim?"
Quando ele terminou a sua última frase, eu comecei a soluçar, as lágrimas caindo do meu rosto rapidamente. Eu não sabia responder a essa pergunta.
Nós já havíamos ido longe demais. E eu nem sequer sei o que sinto por ele, eu só sei que quando o vi corando, a única coisa que queria era tê-lo naquele momento. Mas essa vontade não passou, era óbvio que ele sentia algo a mais por mim. Mas eu não sabia se sentia o mesmo.
Quer dizer. É óbvio que eu sinto algo por ele, mas...
Seus braços me envolveram e ele me abraçou forte, quase como se quisesse me proteger de mim mesma, quase achei que ele podia ler minha mente e sabia tudo que estava pensando, pra agir do jeito que agiu. Eu sempre precisei que alguém me protegesse desse jeito. Eu sempre tive medo do mundo. Mas eu nunca mostrei isso a ninguém, nem poderia. Todos sempre me viam como uma pessoa forte, e era assim que eu queria que minha imagem continuasse.
"Tommy..." Eu disse entre soluços.
Ele afrouxou um pouco seus braços pra poder olhar pra mim, ainda me abraçando forte. "Obrigada." Minha voz saiu falhada quase inaudível.
Ele sorriu. "Você é minha melhor amiga, é meu trabalho." E beijou minha testa. Não pude evitar, comecei a chorar mais descontrolada do que antes.
POV Aya
Eu estava escutando um barulho meio baixo, parecia... Alguém chorando, imaginei que fosse do vizinho, até perceber que estava vindo do final do corredor.
Eu levantei num pulo, e vesti minhas roupas correndo. O meu salto da cama, fez o Oli acordar assustado. "O que foi?"
"Acho que a Ash está chorando." Mas pensando agora, e se la estiver com o Tom, acho que não devo interromper. Meu rosto mudando pra uma expressão de dor, preocupada.
"Ay? O que houve?" Agora ele estava preocupado comigo também.
"Não sei. Não sei se o Tom está com ela, não sei se devo ir lá."
Ele olhou pra baixo. "Entendo... Então, o que fazemos?"
Eu suspirei e me sentei na cama me jogando nela. "Esperamos."
POV Tom
"O que você sente por mim?"
Agora a água que estava em seus olhos, começaram a descer rapidamente, ela afundou seu rosto nas mãos e começou a soluçar, como uma criança.
Como um mecanismo eu envolvi meus braços em volta dela abraçando-a forte. Só queria protegê-la de qualquer pensamento ruim que estive passando pela sua cabeça.
"Tommy..." Ela disse ainda soluçando. Afrouxei meus braços o suficiente pra poder olhar seu rosto. "Obrigada." Quase não pude ouvir sua voz, ela disse como se fosse uma criança que tinha acabado de admitir sua culpa pedindo desculpas à alguém.
Um sorriso apareceu em meu rosto. "Você é minha melhor amiga, é meu trabalho." E beijei sua testa. gora seu choro continuava ainda mais descontrolado.
Eu só esperava que isso não acordasse os dois e os fizesse virem até aqui. De repente, seu choro começou a cessar um pouco, como se ela quisesse cessá-lo forçadamente.
"Tommy..." Dessa vez sua voz era doce, suas lágrimas já haviam cessado, mas seu rosto ainda estava encharcado como se ainda estivesse chorando.
Eu sorri pra ela esperando o que ela ia dizer.
Sua expressão se transformou para uma que eu nunca havia visto antes. Fiquei confuso por uns segundos, quando ela abriu a boca pra falar mas não emitiu nenhum som, continuou com a boca aberta e então finalmente disse algo.
"Eu te amo..." Eu arregalei meus olhos, olhando incrédulo para ela, não sabia como reagir, não esperava nada disso que estava acontecendo. Continuei parado, olhando do mesmo jeito pra ela. Não conseguia reagir.
Abri minha boca, esperando que eu dissesse alguma coisa, qualquer coisa, mas não saia som algum.
Ela se afastou um pouco de mim, fazendo meus braços afrouxarem um pouco mais. Ela colocou sua mão direita em meu rosto e sorriu pra mim, com a mesma expressão de antes. Ela alisou meu rosto e antes que pudesse evitar, uma lágrima rolou pelo meu rosto. Ela simplesmente a secou com o seu dedão.
E então meu corpo finalmente respondeu. Eu a abracei forte do mesmo jeito de antes, abaixei minha cabeça encostando meu queixo no seu ombro. Minha boca se moveu e dessa vez, emiti algum som.
"Eu te amo." Disse com minha boca ao lado seu ouvido e antes que pudesse perceber, estávamos deitados na cama de novo, nos beijando.
Mas dessa vez, era diferente. Não esperávamos consumir o corpo um do outro, entramos em perfeita sintonia. Sua respiração e seus gemidos, soavam como a mais linda melodia que já havia ouvido.
Enquanto nossos corpos se sincronizavam em movimentos, sussurrávamos 'eu te amo' mutuamente. Nossos orgasmos também sincronizados. Por fim, nos beijamos.
Ela colocou sua mão direita em meu rosto, acariciando-o, e com um sorriso no rosto que eu também nunca havia visto.
Ela me abraçou pelo pescoço de repente obrigando minha cabeça a quase afundar no travesseiro. "Prometa que nunca vai me deixar."
Eu dei uma risada baixa. "Não pretendia." E começamos o processo todo de novo.
Monday, 29 August 2011
Capítulo 27
POV Aya
Esses últimos dois dias estavam sendo realmente ótimos.
Mas me lembrava que eu estaria indo embora em um dia, e eu ainda não tinha falado com a minha mãe, nada sobre isso.
Na verdade, ninguém sabia de nada. Estávamos todos isolados nessa casa. Mas também eu não culpava ninguém.
Não sei se queria continuar assim, mas a vida tinha que continuar, né?
E eu tinha que ter uma conversa bem ruim com a minha mãe.
Ela odiaria isso, já foi bem ruim, quando eu me mudei pra mesma cidade.
Que diria viajar por aí. Deus, isso estava me enlouquecendo.
Ele tinha acabado de sair do banheiro e eu ainda estava deitada na cama.
"O quê foi?" Ele disse se sentado na cama.
"Ah, eu tenho que contar pra minha mãe, e hoje."
"Tinha me esquecido disso."
"É, eu também."
Me levantei da cama suspirando.
"Pra onde você vai?"
"Tentar relaxar no banho pra enfrentar o monstro depois."
Ele me fitou com uma cara preocupada enquanto eu fechava a porta.
Tinha que tentar relaxar pelo menos um pouco.
POV Tom
Então todos viajaríamos e começaríamos a turnê. O que me fazia lembrar que talvez não tivesse espaço pra todo mundo no ônibus.
Bem acho que pelo menos pra nós 3 tinha. O pai e mãe deviam aparecer depois, não sei.
Ha! Quero ver o Oli explicar essa situação toda pra eles. Se bem que eu teria de me intrometer também.
Já que as algumas das pessoas mais importantes pra mim estavam metidas no meio também.
"Ash?" Eu gritei alto o bastante pra ela escutar.
"O quê?" Ela disse saindo do banheiro enrolada numa toalha.
Desviei meu olhar pra ela e continuei assistindo tv e comendo meu Doritos. "Já falou isso pra alguém? Sua avó, sua mãe?"
"Eu falei com a minha avó, quer dizer, eu conto tudo pra ela. Por incrível que pareça, acho que ela é a única pessoa da minha família, que me aceita como sou e ainda me dá conselhos."
"Nossa, sua avó."
"É, meu pai me expulsou de casa quando eu contei, quer dizer na época eu estava apaixonada o bastante pela Ay pra pensar que eu era lésbica e minha mãe não interferiu, e como minha avó morava longe, esse foi o jeito que ela conseguiu de me ajudar."
"Sei, e seus pais não disseram nada?"
"Sobre o quê?"
"Sua avó."
Ela riu. "Não exatamente, meu pai ficou furioso, mas minha avó é bem avançada pro tempo dela. Ela deu um sermão no meu pai, não que ele tenha escutado. E depois perguntou pra mim se eu queria que ela fosse comigo numa boate gay."
Eu ri. "Não acho que minha avó seja assim, mas acho que se fosse com a minha mãe, seria bem parecido."
"Hum... Acho que vou gostar da sua mãe." Pude ver ela dando aquele sorriso de quando ela estava tramando alguma coisa.
"Nem pense..."
"No quê?"
"Não sei, mas conheço esse sorriso."
Ela riu. "Não vou fazer nada demais, prometo." Ela cruzou os dedos e beijou.
"Sei, sei..."
Ouvi os dois descendo as escadas.
"Aonde vocês vão?"
"Falar com a minha mãe."
"O quê?!" A Ashley pulou do sofá.
"Ash, eu tenho que contar pra ela, você sabe."
"Eu sei, mas é que não tinha pensado nisso... Quer que eu vá com você?"
"Hum... Não acho uma boa ideia, acho que ela não gosta muito de você, depois que eu contei tudo. E já vai ser ruim contar."
Ela abaixou a cabeça desapontada. "Entendo, boa sorte então Ay." E deu um beijo na testa dela.
"Obrigada Ash." Ela sorriu.
Eu me levantei do sofá. "Bem, acho que tenho que desejar sorte pra vocês também." Os dois sorriram. "Ah, por acaso a sua mãe não tem nenhuma arma tem?"
A Aya riu. "Não, obrigada Tom. Bem estamos indo. Boa sorte pra mim." Ela suspirou e saiu andando.
POV Oliver
Peguei o carro que o Tom estava emprestado. Eu nem precisei dizer nada ele simplesmente me passou as chaves.
A Aya realmente estava tensa. Acho que eu deveria estar pior que ela. Mas acho que alguém tinha que estar pelo menos um pouco mais calmo.
Se bem que, a mãe é dela, ela deve conhecer.
Quando me dei conta já estávamos em frente à casa.
"Pronta?"
"Não." Ela suspirou abrindo a porta do carro.
Acho que nenhum de nós estava pronto pra isso.
"Mãe?" Ela disse abrindo a porta.
Eu escutei uns passos rápidos no andar de cima e depois pelas escadas.
"Aya?"
"Oi mãe." Ela disse acenando com a mão sem graça.
Ela correu e abraçou a Aya.
"Que droga Aya, porquê você sumiu desse jeito?"
"Sabe, que eu não estava tão longe daqui."
"Mas não veio me ver."
"Espera..." Ela disse afastando a Aya devagar e puxando pra trás dela olhando pra mim.
"O que ele está fazendo aqui?" Ela disse já ficando meio fora de si.
Isso não era bom sinal.
"Mãe, mãe! Calma!" Ela disse se pondo na minha frente.
"Calma? Como calma? Você não sabe o que eu passei depois de tudo e você ainda traz ele aqui?"
"Sarah! Se controle! Nós viemos aqui pra ter uma conversa civilizada com você!"
Ela fez uma cara assustada, se virou e se sentou no sofá. Apenas olhou para nós esperando que nos sentássemos também.
Eu caminhei apreensivo até o sofá.
"Oliver quer começar?" Ela disse sussurrando perto de mim.
Respirei fundo. "Bem, eu vim até aqui, por que eu pensei que a Aya fosse abortar. Novidade, descobri que não foi isso. Mas eu vim até aqui por isso."
"Então, se ela estivesse grávida, você iria assumir a responsabilidade?"
Eu acenei com a cabeça.
"Mas então como vocês estão?"
"Bem..."
"Na verdade..." Eu a interrompi. A Aya se assustou se virando pra mim com uma cara preocupada.
"Eu sei que isso vai soar clichê, e eu odeio clichês, mas... Eu iria sim assumir a responsabilidade. Mas eu não sou assim, eu não assumiria a responsabilidade de um filho se fosse uma garota qualquer. Na verdade, acho que nem se fosse minha namorada, se bem que eu seria obrigado, mas enfim. A questão é que, eu amo a Ay, de verdade. E eu sei que com o que você mais se preocupa, é o bem-estar dela. Bem, eu também..."
As duas estavam olhando pra mim do mesmo jeito, desacreditadas de ouvir aquilo e com um meio sorriso na cara.
"Mãe, você sabe que a Ash precisa de mim, ela fica perdida sem mim. E ela resolveu ficar com o filho. E bem, eu quero ir com o Oli em turnê. Eu quero ficar com ele, nós duas vamos."
"O quê?!" E aquele jeito de falar de novo. "Mas..." Ela suspirou, e ficou nos observando por alguns segundos. "Promete me ligar todos os dias?" Ela disse com um sorriso no rosto.
"Mãe!" A Aya levantou e a abraçou.
POV Aya
Nós passamos algumas horas juntos, uma coisa meio família.
O Oli não parecia muito à vontade, mas a minha mãe, não parecia se incomodar nem um pouco com a presença dele.
"Não se esqueça de me ligar todos os dias."
"Ok, mãe."
"E você, cuide bem dela."
"Pode deixar." Acho que o sorriso dele tinha um certo efeito sob todas as pessoas.
"Pensei que seria pior."
"Eu também."
"Você não parecia estar muito à vontade."
"Ah, bem, é só que é meio difícil de acreditar que há alguns minutos atrás ela estava tentando te proteger de mim. E que depois disso, ela goste de mim."
"É, faz sentido, mas ela gosta de você."
Ela me deu um olhar rápido. "Espero que sim."
Eu me estiquei e dei um beijo na bochecha dele. "Então, enfim podemos ir pra casa. Ou quase."
Ele riu. "Ou quase. Ainda falta os meus pais."
"Mas isso não será quando nós estivermos lá?"
"Sim, assim não tem como ninguém mandar você de volta, e tem como ela te conhecer."
"Mas que diferença faria se você dissesse e ela não me conhecesse?"
"Ah, ela vai gostar de você."
"Porquê tanta certeza?"
"Ah, por favor Ay, todo mundo gosta de você."
"Só quero ver, se quando eu chegar lá, ela achar que eu sou uma fã maluca que gosta de você."
Ele riu alto. "Provavelmente."
Eu dei um soco no ombro dele. "Ai! Que saúde hein, garota."
Nós dois rimos.
"Então, tudo que você disse lá, era verdade?"
"Han, sim, era."
Eu olhei pra ele e eu tive que gravar aquela imagem na minha mente. Ele estava vermelho. "Oli!"
"O quê?" Ele disse assustado e alternando o olhar pra mim e pra pista.
"Você ficou vermelho!"
E ele ficou vermelho de novo. "Você está vermelho de novo! Deus, essa imagem vai ficar gravada na minha memória pra sempre."
Ele freou o carro bruscamente e se virou com uma cara brava pra mim.
Só o encarei assustada e antes que eu pudesse dizer algo ele me agarrou.
"E o quê? Isso é pra eu nunca mais tocar no assunto?"
"É."
"Vai sonhando." Ele fez uma cara emburrada e deu a partida no carro.
Eu ri. "Não fique tão bravo, tomatinho."
"É, é, aproveite enquanto ainda pode."
"Uh, que medo."
"You better fear me dear."
Eu ri mais alto. "Ou o quê? Você me mata?"
"Talvez."
"Acho que eu seu contar isso pra alguém, será de segundo grau."
"E quem disse que você terá tempo?"
Quando percebi já estávamos em frente a casa da Ash e ele já estava abrindo minha porta e me pegando no colo.
"O que você está fazendo?"
Ele saiu correndo pela calçada, entrou correndo em casa e subiu as escadas.
Ele me jogou na cama e trancou a porta.
"Disse que você não teria tempo."
Wednesday, 1 December 2010
Capítulo 26
Hum, acho que devia parar de pensar nessas coisas.
Sai do banheiro enrolada numa toalha e enxugando o cabelo com outra.
Ele estava encostado na janela, mesmo de noite e naquela luz horrível, ele continuava lindo.
Tá, tá, coisa de namorada babona. Espera, namorada? Hum, acho que ainda não pensei nisso.
Acho que nós éramos, já que gostávamos um do outro e ficaríamos juntos.
Mas pensando bem, não falamos sobre isso.
Bem, acho que estou sendo meio apressada, afinal ainda é o primeiro dia que nos reencontramos.
Ele virou o rosto pra mim e deu seu sorriso de sempre. Mesmo depois de ver ele por tanto tempo, continuava tendo o mesmo efeito sob mim.
"Que foi?"
"O quê?"
"Você está meio estranho, parece estar pensativo demais."
Sua expressão ficou pensativa de novo e ele virou o rosto olhando pela janela. "É só que..."
Eu me aproximei dele e encostei meu queixo no seu ombro. "O quê?"
Ele suspirou. "Eu gosto muito de você, de verdade. Mas, eu sou um idiota, você sabe." Ele deu um sorriso torto e abaixou a cabeça, eu me afastei. "Não quero estragar tudo."
"Como assim?"
Ele suspirou de novo. "Eu já tive relacionamentos estáveis antes, já me senti bem com essas pessoas por perto, o suficiente pra não querer estar com outra pessoa enquanto estavam comigo."
"Enquanto estavam com você..."
"Você entendeu..."
"Mas você já teve medo antes?"
"Hum, não tanto assim. Eu sei que dessa vez é diferente, eu sei que é, quer dizer eu sinto, quer dizer o que eu sinto é diferente. E eu não quero estragar tudo, então se eu fizer alguma besteira, me perdoa?"
Eu não consegui me segurar, quando escutei ele se contradizendo daquele jeito e tão rápido, só consegui rir.
Ele se virou e me olhou com uma cara assustada. "Porque você está rindo?"
"Desculpa..." Eu disse entre risos.
"O que foi que eu disse?"
Minha risada finalmente parou. "É só que ver você se contradizer assim, é novo pra mim."
"Ah, bem, pra mim também." Ele continuou a olhar pela janela.
"Então o problema é esse?"
"É, e eu não sei porquê eu te contei isso."
Eu ri. "Se você se sente assim, sei que você não fará nenhum besteira. Eu confio em você."
"Tá, só não confie demais. Nem eu confio em mim."
Eu ri de novo. "Tá, tudo bem, então eu confio por nós dois."
Ele suspirou de novo.
Vesti minhas roupas e liguei a tv.
POV Oliver
Ela já estava vestida e sentada na cama assistindo tv.
Eu deitei na cama e deitei minha cabeça no colo dela.
"Tá confortável?" Ela perguntou com um sorriso no rosto.
Eu sorri também. "Uma tv, uma cama, cafuné, e a garota que eu amo, porquê não estaria?"
Ela me olhou confusa.
Nem eu tinha prestado atenção no que eu tinha acabado de dizer.
Ops, acho que falei demais.
Mas pra minha sorte, começamos a escutar barulhos estranhos vindos do andar de baixo.
"O que é isso?"
"O Tom e a Ash não estão lá em baixo?"
Nos entre olhamos assustados. Eu levantei num pulo.
"Você acha que...?"
"Eu é que não quero descobrir! " Se era meu irmão e ela, eu realmente não queria ir lá em baixo pra ver isso.
"Ah, não, eu não acredito, se for isso, eu tenho que ter certeza."
"Ei! Você não vai descer lá vai?"
"Eu vou sim, se você quiser pode ficar aqui."
Ela saiu e fechou a porta do quarto.
Eu aumentei o volume da tv.
Não queria escutar seja lá o que fosse aqueles barulhos.
POV Ashley
Eu já estava acostumada a ter relações sem significado, quer dizer.
Pra mim tinha mas pras outras pessoas não.
Era incrível como eu sempre escolhia idiotas.
Acho que dessa vez, podia ser sem significado, ou quase.
Afinal era meu melhor amigo, sem significado ou não, eu descobriria isso depois.
E como eu já era expert nisso, sabia de muitas coisas.
Geralmente era eu que controlava a situação toda.
Mas acho que exagerei um pouco, porque depois o Tom ficou fora de controle.
Acho que se a Ay e o Oli não estivessem fazendo nada lá em cima, nos escutariam.
É, acho que exagerei, só um pouco.
"O que foi isso?" Ele parou subitamente.
"Isso o quê?"
"Eu escutei um barulho."
"Ah, deve ser os dois lá em cima."
"É, você tem razão."
Deeeeus, não, sei, como, ele, ficou, tão, descontrolado.
Ok, acho que posso dizer, que nunca tive um orgasmo tão bom antes.
Continuamos parados, respirando rápido.
POV Tom
Eu mal conseguia respirar direito. Acho que exagerei.
Mas, nossa, wow.
"Tom?"
"O quê?"
"Onde você aprendeu essas coisas?"
Só consegui esboçar um sorriso. "Sei lá. Porquê?"
"Não vai ficar se achando, mas, acho que foi o melhor orgasmo que eu já tive."
Eu virei meu rosto pra ela. "Sério?"
"É."
"Nossa."
"O quê?"
Eu dei uma risada. "Pensei que fosse só comigo."
Ela se apoiou num cotovelo e levantou pra olhar pra mim com uma sobrancelha arqueada. "Você também?"
"É né."
Nos escutamos um barulho na escada. "Você escutou isso?"
"Ah, agora você escutou também?"
"Vai lá ver o que é."
"Tá louco? E se for o Oli?"
Eu grunhi e pus minhas calças.
Fui de mansinho até as escadas mas não vi ninguém. Mas jurei que vi a porta do quarto onde eles estavam se fechando.
"É, acho que alguém viu/ouviu a gente." Eu disse descendo o último degrau.
"Quem?"
"Eu disse alguém, não sei."
"Ai Deus."
Eu ri. "O quê foi?"
"Quem será que viu?"
"Que diferença faz, o outro vai saber do mesmo jeito."
"Hum... Acho que vou tomar banho, quer vir comigo?"
Nossa, acho que eu realmente podia me acostumar com isso.
"Claro."
POV Aya
Eu fechei a porta do quarto ainda meio assustada e desacreditada de escutar o que escutei.
"E então? Quer dizer, não! Não quero saber."
Eu continuava com uma cara assustada.
"O quê foi?" Ele desligou a tv e veio até mim com uma cara preocupada.
"É só que eu não acredito." E sentei na cama.
"Não acredita no quê?" Ele se sentou do meu lado.
"Eles transaram."
Ele fez uma cara tão assustada quanto a minha.
"Ah, bem, não foi tanta surpresa, já sabia que o Tom queria isso há muito tempo. Mas afinal o que aconteceu pra ele conseguir?"
"Eu que ouvi, não quero perguntar nada."
Eu me deitei e fui dormir.
"Já vai dormir?"
"Sim."
"Eu vou tomar banho, depois venho deitar com você."
"Ok."
Eu realmente não queria pensar naquilo.
Thursday, 25 November 2010
Capítulo 25
"Acho que vou tomar banho." Ela se levantou. "Ah, quer vir?"
Eu sorri. "Agora não, estou meio cansado."
Ela me mandou um olhar meio decepcionado. "Ok."
Eu não estava tão cansado assim. Só conseguia pensar em como as coisas seriam daqui pra frente.
Nunca fui o tipo de cara que acreditou em amor, ou em pessoa certa. Nenhum desses clichês funcionavam direito comigo. Álias, nenhum deles funcionava comigo, pelo menos era o que pensava.
Eu ainda não acreditava, mas ficava me perguntando se eu finalmente conseguiria parar com uma garota só.
Eu já me senti bem o suficiente com garotas antes, a ponto de quando estarem com elas, não querer ficar com outras, mas o problema era quando elas não estavam por perto.
Agora eu não precisava de mais ninguém, e ela estando comigo em turnê, me sentia um pouco mais aliviado. Só esperava não escorregar, quando ela não estivesse comigo.
Eu realmente não queria estragar tudo. Tudo bem que eu já estou acostumado, mas acho que dessa vez ficaria com peso na consciência.
Quer dizer, eu gosto mesmo dela. Acho que só vou mesmo saber se sou uma exceção da regra, quando tiver a oportunidade.
POV Aya
O Oli parecia estar pensativo demais...
Bah, não deve ter sido nada.
Nossa, é realmente incrível a reviravolta que a minha vida deu.
Eu vou a show da minha banda favorita, conheço os integrantes. Me vejo apaixonada pelo vocalista, penso que estou grávida, ele some da minha vida e depois volta pra tentar salvar seu filho que não existe.
Acho que foi o erro mais feliz da minha vida.
Pensando direito agora, ele pensou que eu estava grávida e voltou por mim e pela criança. Ele ia mesmo assumir.
Senti minhas bochechas queimarem.
Fico me perguntando se saberemos como é isso verdade.
Isso se o meu idiota não fizer nenhuma besteira.
Ah, xô pensativo negativo.
Queria e não queria que o tempo pasasse mais rápido pra descobrir.
POV Ashley
"Minha barulhenta favorita." Ele começou a rir de novo. Aquilo me deixou furiosa.
Eu joguei no chão e acabei caindo em cima dele.
Quando nossos rostos ficaram tão próximos, senti meu coração acelerar. Não conseguia me mexer.
Ele me tirou de cima e me pôs sentada no chão. "Han..." Ele encostou no sofá. "Desculpa Ash, não queria que ficasse com tanta raiva."
"Tá, tudo bem..."
Eu ainda não conseguia fazer nada direito. Não sabia dizer se eu estava assim, porque ele era meu amigo, e isso tinha acontecido ou sei lá.
As bochechas dele estavam meio rosadas, meu riso saiu sozinho. "Sua bochecha tá rosada." E apontei pra ele.
Ele ficou mil vezes mais vermelho, se é que era possível e abaixou a cabeça tentando se esconder.
Meu riso parou, e eu não conseguia parar de olhar pra ele. Ele estava com vergonha por minha causa.
Óbvio que eu também estava, mas parecia que o Tom sempre sentiu algo por mim.
Eu não conseguia parar de imaginar como seria beijá-lo.
Não pensei, meu corpo se moveu sozinho. Me joguei em cima dele e o beijei.
Meu coração agora estava batendo muito mais rápido. Então essa era a sensação de beijar meu melhor amigo.
Me lembro de sentir algo parecido quando beijei a Aya pela primeira vez.
Mas ainda era diferente, não sei dizer o que era.
POV Tom
Droga, eu pensava em mil coisas ao mesmo tempo que não conseguia me concentrar em nada do que eu pensava.
Não vou negar que eu já quis isso antes. Mas isso foi há muito tempo atrás.
E ainda ela ter feito isso do nada. Mas...
Então era essa a sensação de beijar a minha melhor amiga, ou melhor ser beijado por ela.
Isso foi ainda melhor. E Deus, ela era tão selvagem, tinha me esquecido disso.
É, agora entendo porque ela tinha dito que não sabia ser silenciosa.
Ela deslizou sua mão do meu rosto até o cinto da minha calça.
Ok, ok, ela realmente queria ir tão rápido?
"Ash..."
"Hum...?"
"Você quer mesmo fazer isso?"
Ela já tinha abaixado minhas calças e ia começar a fazer sexo oral em mim. Ela levantou a cabeça. "Você não?"
Merda, agora tinha que me controlar duas vezes. "Han... Sim."
Ela abaixou a cabeça de novo e começou. Droga Tom, tente pensar, meeerda.
"Na verdade..." Ela levantou a cabeça de novo e me esperou continuar. "Na verdade, eu não sei, quer dizer eu diria que sim sem pensar duas vezes se fosse antes. Afinal você é bonita e tudo mais. Mas você não é mais qualquer garota."
"Tom..."
"O quê?"
"É só sexo." Aquilo fez eu me assustar, ou não. Acho que era por isso que ela tinha engravidado, cabeça oca.
Mas quem se importa, só estou fazendo sexo com a minha melhor amiga, o que pode dar errado?
"É, é só sexo." Ela sorriu, se esticou pra me beijar, e continuou.
Eu, fazendo com a Ash, o que nunca pensei que faria. Ok, nunca é exagero.
Uma amizade colorida talvez? Acho que podia me acostumar com isso.
Tuesday, 23 November 2010
O Cobrador
O movimento anterior me permitiu ver melhor a situação: a corrente estava quebrada e a sala tinha espaço de sobra pra fazer um baile da terceira idade.
Forcei pra baixo antes dos dois mamutes me acertarem, a corrente quebrou e eu cheguei ao chão a tempo de ouvi-los se chocarem. Peguei a faca da minha barriga, e passei na perna dos dois. Com os maiores caídos, os outros foram só o lanche.
Quando terminei, eu estava imundo, roupa rasgada, sapatos sujos e cabelo desarrumado. Tenho que encontrar meu captor/libertador; adorei a roupa dele, e perece ser o meu numero.
Saio pela porta a minha frente e lá esta ele encostado em uma Mercedes SLR preta.
Em milésimo de segundo antes de eu pular em cima dele, ele me joga as chaves do carro, e me avisa que dentro eu vou encontrar roupas novas e o motivo daquilo tudo.
Eu entro no carro enquanto ele vai andando em direção a um sedã estacionado na esquina. E claro antes de me sentar, eu mudo de roupa, pois aquele carro não combina com as minhas atuais vestimentas.
Um envelope e com algumas instruções esta no banco do carona.
Dentre as explicações uma diz que o recebedor foi morto pra que meus chefes não soubessem que eu estava vivo. Minha nova missão era descobrir quem eram os meus chefes, e eliminar o chefe deles.
Não podia recusar afinal de acordo com o que estava escrito, eu tinha matado o recebedor, e me havia sido prometido $ 6.000.000 caso eu cumprisse o trabalho.
Decidi começar pela pessoa que me apresentou o trabalho. Tenho que encontrar Vanessa...
Sunday, 21 November 2010
O próprio nome já é auto-explicativo. Falando Sobre... de notícias às telonas.
Eu particularmente acho muito bom, não é como os blogs convencionais, com linguagem formal, a blogueira expressa suas próprias opiniões. Bem expressivo até.
E recentemente ganhou um prêmio. O prêmio Dardos que significa:o reconhecimento dos ideais que cada blogueiro emprega ao transmitir valores culturais, éticos, literários, pessoais, etc... Que em suma, demonstram sua criatividade através do pensamento vivo que está e permanece intacto entre suas letras, e suas palavras. Este selos foram criados com a intenção de promover a confraternização entre os blogueiros, uma forma de demonstrar o carinho e reconhecimento por um trabalho que agregue valor à Web.
Grande foi a minha surpresa quando vi que meu blog foi um dos indicados que ele poderia dar à premiação também.
Essa é minha forma de agradecer.
Então vão lá, fuxiquem e olhem, é bem interessante.
Thursday, 18 November 2010
O Cobrador
Capitulo 3º - Novo contrato, nova cobrança... (1ª parte)
Eu estou semi acordado, quando um balde de água me atinge. Não faz o mesmo efeito que faria a alguns anos atrás, mas incomoda por causa do que esta no meu peito. A estaca de madeira atravessada no coração, como eu aprendi faz uns anos, não nos mata, apenas nos paralisa, a morte é conseqüência do os inimigos fazem depois da paralisia.
Tem uns oito a minha volta, em uma sala de quatro por três, com uma porta na minha frente, e possivelmente outra atrás, por onde eu desci. Ainda estou me sentindo alerta apesar desta porra atravessada em mim, então não deve estar próximo ao amanhecer. Mas os guardas não estão tão acordados assim, o que significa que não são iguais a mim. Vantagem minha.
A porta a minha frente se abre e dela sai meu possível captor, um cara de terno cabelo alinhado como o de um gentleman, sapatos engraxados que não se sujam, não importa a lama onde pisam. Ele me olha e com um sorriso de satisfação atravessa uma faca no meu estomago. Que merda de dor (com a estaca no peito ficamos mais humanos). No cabo da faca tem um bilhete. Ele sorri novamente e retira a estaca do meu peito. Vira-se e vai embora.
Wednesday, 17 November 2010
Capítulo 24
"Mas, com uma condição."
"Qual?"
Eu o beijei.
"Ah."
Eu só queria continuar na nossa redoma. Mas meus pensamentos fugiam, como seria daqui a alguns meses. Será que ainda seria a mesma coisa.
Será que eu devia ficar aqui, assim ele sempre se lembraria de mim? Mas ele poderia esquecer.
Ah! E esse pensamentos que não saiam da minha cabeça!
"Chegamos!" Ela tinha gritado mais alto que o necessário, o que me fez lembrar que eles poderiam ter nos ouvido.
Ele começou a rir.
"O que foi?"
"Acho que não sabemos ser silenciosos." Ele disse entre risos.
Eu corei e me afundei meu rosto no seu peito numa tentativa de me esconder.
POV Oliver
Óbvio que eu já tinha observado ela de milhares de ângulos diferentes. Mas agora, não sei porque, ela parecia mais bonita.
Não sei se era a luz, ou as bochechas rosadas, ou o cabelo desgrenhado, ou o sorriso que não sumia do seu rosto.
Acho que ela não percebeu que eu estava meio hipnotizado, ela estava em transe de novo, brincando com o dedo em volta do meu peito.
"Oli..."
"Hum?"
"Eu sei que parece uma pergunta estranha, mas..."
"Hum, pergunta estranha... Não sei por que isso nunca soa bem, mas diga."
"Se eu ficasse aqui, o que você faria? Quer dizer, como as coisas ficariam?"
Aquela pergunta, fez eu me assustar. Ela estava pensando em não ir? Como as coisas ficariam?
"Porquê você está me perguntando isso Ay? Você não quer ir?"
"Não! Eu quero, mas, eu fico pensando no que você faria se eu não fosse."
Deu um suspiro de alívio. "Não me assuste assim. E eu não sei, acho que eu teria problemas com a minha família e a banda."
Ela se sentou na cama com uma cara assustada. "Porquê?"
Eu ri. "Eu não conseguiria me concentrar em nada. Iria preferir ficar aqui, do que não conseguir fazer nada e ainda estar longe de você."
Ela cobriu até o seu nariz com o lençol e fez uma cara de choro. "Eu não ia deixar você ficar aqui e estragar o resto da sua vida."
"Estragar o resto da minha vida? Afinal, o que estragaria minha vida de verdade?"
Ela se jogou em cima de mim tão rápido, que só consegui responder ao seu beijo.
POV Aya
Eu sei que parecia idiota, e aquilo que ele tinha acabado de dizer era muito irresponsável ,mas ainda assim, acho que foi a coisa mais bonita que alguém já me disse.
Continuei deitada em cima dele e pousei minha cabeça no seu pescoço.
"Obrigada Carol." Eu disse com um sorriso idiota no rosto.
"Hum? O que tem a minha mãe?"
"Me lembre de agradecê-la quando a vir."
"Pelo quê?"
Apoiei meus cotovelos na cama e levantei minha cabeça. "É por causa dela que você existe."
"Ah, claro, agradecer a ela, por pôr mais uma desgraça na Terra."
Eu dei um peteleco na testa dele.
"Ai!" E aquele sorriso de novo.
Acho que ele era só o meu idiota.
POV Ashley
"Acho que eles pararam."
"Pelo menos não escutamos nada muito alto, então acho que sim."
Eu corei.
O Tom olhou pra mim com uma cara de riso. "O quê foi?"
"Han... É que, eu acho que, eu também não sou o que se chama de..."
"De...?"
"Silenciosa." Eu disse tossindo.
"De o quê?"
"Silenciosa!" Eu disse tossindo de novo.
"De o quê?"
"Silenciosa, tá?" Eu devia estar mesmo muito vermelha, por que ele não parava de rir nem pra respirar.
POV Tom
Eu não conseguia parar de rir um segundo, ela estava tão vermelha que eu não conseguia.
"Tá bom, já entendi, chega Tom!"
"Desculpa." Eu disse parando de rir.
Então estávamos como sempre sentados no sofá assistindo tv. Eu não aguentei tinha que perturbá-la.
"Então, não sabe ser silenciosa..."
Ela corou de novo. "Pensei que já tinha acabado." Ela disse corando ainda mais.
Eu pulei em cima dela apertando suas bochechas. "Ah, Ash você sabe que estou brincando com você."
"Que bom."
"Minha barulhenta favorita." E comecei a rir de novo.
Ela fez uma cara tão furiosa, que jurei que ela podia me matar só de olhar pra mim.
Ela me jogou no chão e caiu em cima de mim.
Meu riso parou instintivamente com a proximidade de nossos rostos.
"Han..." Eu me sentei no chão encostando no sofá. "Desculpa Ash, não queria que ficasse com tanta raiva."
"Tá, tudo bem..."
Nós dois estávamos sem reação pelo que tinha acabado de acontecer, suas bochechas continuavam meio rosadas.
Ela riu baixo e apontou pra mim. "Sua bochecha tá rosada."
Eu podia jurar que senti minhas bochechas queimarem quando ela disse isso.
Só consegui abaixar um pouco meu rosto tentando me esconder.
A Ash ficou olhando pra mim por uns segundos e depois se mexeu tão rápido, que só me vi caído no chão de novo.
Com seus lábios pressionados contra o meu e seu corpo em cima de mim.
Capítulo 23
Ela finalmente parou de chorar e parecia estar tudo bem. Eu estava sentado na cama e ela deitada no meu colo enquanto viámos tv.
Foi a solução que achamos com tanto barulho pelos outros cômodos da casa. Não queria nem imaginar como seria se realmente tivessem crianças pela casa.
"Aya."
Ela virou sua cabeça pra olhar pra mim. "Hum?"
"Eu tenho uma dúvida."
"Qual?"
"Será que eles vão nos escutar?"
"Nos escutar?"
Eu me inclinei e a beijei.
"Ah, não sei." Ela sentou na cama e chegou mais perto de mim.
"Então, vamos descobrir."
POV Ashley
"Tá, tá chega Tom. Eu estou cansada."
"Ok."
Nós dois sentamos ofegantes no sofá.
"Quer ver tv?"
"Não."
"O que tem pra comer?"
"Vai ver."
Quando consegui me recuperar fui pra cozinha ver o que ele estava fazendo.
"Hey! Pode me dar uma mordida também." Disse enquanto roubava o sanduíche da mão dele.
"Ei! Esse sanduíche era meu!"
"Era seu."
Começamos a brigar pelo sanduíche e paramos subitamente.
"Tá escutando isso?"
"Esperava que fosse só eu."
"Isso, é?"
Eu corri pra ligar o som, botei no volume máximo.
"Porquê você colocou isso tão alto?" Ele disse gritando.
"Eu não quero escutar eles." Agora nós dois estavámos gritando.
"Quer sair?"
"Não queria, mas agora eu quero."
"Então vamos." Ele sorriu.
POV Tom
"Como vai ser quando a gente estiver lá?"
"O que você quer saber exatamente?"
"Como é estar em turnê, e ver os fãs e tudo mais. E as zuações."
"Ei, ei, calma. E você viu uma parte quando vocês ficaram no backstage."
Ela abaixou a cabeça. "Ah, não lembro direito."
"Ah, é. Desculpa."
"Não tudo bem, só não gosto de lembrar."
Sei, será que a Ash ainda gostava da Ay? "Ash, às vezes você fica desconfortável quando falo de algumas coisas que você passou com a Ay."
"Claro, imagina alguém que foi e ainda é importante na sua vida e você ter que se lembrar de coisas, que lembram outras que te fizeram mal."
"Ah, entendi. Então você não gosta mais dela mesmo?"
Ela riu. "Porquê você está me perguntando isso? Gostar eu gosto, e muito, mas não como antes. Sei que ela ainda precisa de mim, afinal sempre fomos melhores amigas antes de qualquer coisa."
"Entendo. Só pra saber, porque realmente seria um problema."
"Realmente seria."
"Quer sorvete?"
"Só se for aquelas bolas um em cima da outra acima da minha cabeça."
Eu ri. "Ok, senhorita eu-como-tudo."
POV Aya
Estava realmente distraída olhando o contraste das suas tatuagens na luz do pôr-do-sol. Enquanto cortornava com o meu dedo a rosa no meio do seu peito.
"Ay."
"Han?" Ele tinha me acordado da transe.
"Eu realmente não queria pensar nisso agora, nem te fazer pensar nisso. Mas, como as coisas vão ser agora?"
Aquilo me intrigou. "Como assim?"
"Sabe, eu tenho meu trabalho, e não posso ficar sempre no mesmo lugar."
Eu tinha me esquecido completamente disso. "Ah, eu não."
Droga, comecei a me lembrar em como era ficar sem ele, de novo. Meus olhos começarem a ancher d'água.
"Ay, quer vir em turnê comigo?"
"Han?"
"A gente pode levar a Ashley, quando ela não puder mais acompanhar nós paramos um pouco."
"O quê, mas..."
Ele me abraçou. "Não posso te deixar de novo."
Mas, porque ele nunca falou assim antes.
O abracei também. "Também não aguentaria ficar longe de você tanto tempo de novo."
Ele me abraçou mais forte.
"Mas, tem uma condição."
Ele se afastou e olhou pra mim confuso. "Qual?"