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Monday 29 August 2011

Capítulo 27


POV Aya


Esses últimos dois dias estavam sendo realmente ótimos.
Mas me lembrava que eu estaria indo embora em um dia, e eu ainda não tinha falado com a minha mãe, nada sobre isso.
Na verdade, ninguém sabia de nada. Estávamos todos isolados nessa casa. Mas também eu não culpava ninguém. 
Não sei se queria continuar assim, mas a vida tinha que continuar, né?
E eu tinha que ter uma conversa bem ruim com a minha mãe.
Ela odiaria isso, já foi bem ruim, quando eu me mudei pra mesma cidade.
Que diria viajar por aí. Deus, isso estava me enlouquecendo.
Ele tinha acabado de sair do banheiro e eu ainda estava deitada na cama.
"O quê foi?" Ele disse se sentado na cama.
"Ah, eu tenho que contar pra minha mãe, e hoje."
"Tinha me esquecido disso."
"É, eu também."
Me levantei da cama suspirando.
"Pra onde você vai?"
"Tentar relaxar no banho pra enfrentar o monstro depois."
Ele me fitou com uma cara preocupada enquanto eu fechava a porta.
Tinha que tentar relaxar pelo menos um pouco.


POV Tom


Então todos viajaríamos e começaríamos a turnê. O que me fazia lembrar que talvez não tivesse espaço pra todo mundo no ônibus.
Bem acho que pelo menos pra nós 3 tinha. O pai e mãe deviam aparecer depois, não sei.
Ha! Quero ver o Oli explicar essa situação toda pra eles. Se bem que eu teria de me intrometer também. 
Já que as algumas das pessoas mais importantes pra mim estavam metidas no meio também.
"Ash?" Eu gritei alto o bastante pra ela escutar.
"O quê?" Ela disse saindo do banheiro enrolada numa toalha.
Desviei meu olhar pra ela e continuei assistindo tv e comendo meu Doritos. "Já falou isso pra alguém? Sua avó, sua mãe?"
"Eu falei com a minha avó, quer dizer, eu conto tudo pra ela. Por incrível que pareça, acho que ela é a única pessoa da minha família, que me aceita como sou e ainda me dá conselhos."
"Nossa, sua avó."
"É, meu pai me expulsou de casa quando eu contei, quer dizer na época eu estava apaixonada o bastante pela Ay pra pensar que eu era lésbica e minha mãe não interferiu, e como minha avó morava longe, esse foi o jeito que ela conseguiu de me ajudar."
"Sei, e seus pais não disseram nada?"
"Sobre o quê?"
"Sua avó."
Ela riu. "Não exatamente, meu pai ficou furioso, mas minha avó é bem avançada pro tempo dela. Ela deu um sermão no meu pai, não que ele tenha escutado. E depois perguntou pra mim se eu queria que ela fosse comigo numa boate gay."
Eu ri. "Não acho que minha avó seja assim, mas acho que se fosse com a minha mãe, seria bem parecido."
"Hum... Acho que vou gostar da sua mãe." Pude ver ela dando aquele sorriso de quando ela estava tramando alguma coisa.
"Nem pense..."
"No quê?"
"Não sei, mas conheço esse sorriso."
Ela riu. "Não vou fazer nada demais, prometo." Ela cruzou os dedos e beijou.
"Sei, sei..."


Ouvi os dois descendo as escadas.
"Aonde vocês vão?"
"Falar com a minha mãe."
"O quê?!" A Ashley pulou do sofá. 
"Ash, eu tenho que contar pra ela, você sabe."
"Eu sei, mas é que não tinha pensado nisso... Quer que eu vá com você?"
"Hum... Não acho uma boa ideia, acho que ela não gosta muito de você, depois que eu contei tudo. E já vai ser ruim contar."
Ela abaixou a cabeça desapontada. "Entendo, boa sorte então Ay." E deu um beijo na testa dela.
"Obrigada Ash." Ela sorriu.
Eu me levantei do sofá. "Bem, acho que tenho que desejar sorte pra vocês também." Os dois sorriram. "Ah, por acaso a sua mãe não tem nenhuma arma tem?"
A Aya riu. "Não, obrigada Tom. Bem estamos indo. Boa sorte pra mim." Ela suspirou e saiu andando.


POV  Oliver


Peguei o carro que o Tom estava emprestado. Eu nem precisei dizer nada ele simplesmente me passou as chaves.
A Aya realmente estava tensa. Acho que eu deveria estar pior que ela. Mas acho que alguém tinha que estar pelo menos um pouco mais calmo.
Se bem que, a mãe é dela, ela deve conhecer. 
Quando me dei conta já estávamos em frente à casa.
"Pronta?"
"Não." Ela suspirou abrindo a porta do carro.
Acho que nenhum de nós estava pronto pra isso.
"Mãe?" Ela disse abrindo a porta.
Eu escutei uns passos rápidos no andar de cima e depois pelas escadas.
"Aya?"
"Oi mãe." Ela disse acenando com a mão sem graça.
Ela correu e abraçou a Aya.
"Que droga Aya, porquê você sumiu desse jeito?"
"Sabe, que eu não estava tão longe daqui."
"Mas não veio me ver."
"Espera..." Ela disse afastando a Aya devagar e puxando pra trás dela olhando pra mim.
"O que ele está fazendo aqui?" Ela disse já ficando meio fora de si. 
Isso não era bom sinal.
"Mãe, mãe! Calma!" Ela disse se pondo na minha frente.
"Calma? Como calma? Você não sabe o que eu passei depois de tudo e você ainda traz ele aqui?"
"Sarah! Se controle! Nós viemos aqui pra ter uma conversa civilizada com você!"
Ela fez uma cara assustada, se virou e se sentou no sofá. Apenas olhou para nós esperando que nos sentássemos também.
Eu caminhei apreensivo até o sofá. 
"Oliver quer começar?" Ela disse sussurrando perto de mim.
Respirei fundo. "Bem, eu vim até aqui, por que eu pensei que a Aya fosse abortar. Novidade, descobri que não foi isso. Mas eu vim até aqui por isso."
"Então, se ela estivesse grávida, você iria assumir a responsabilidade?"
Eu acenei com a cabeça. 
"Mas então como vocês estão?"
"Bem..."
"Na verdade..." Eu a interrompi. A Aya se assustou se virando pra mim com uma cara preocupada.
"Eu sei que isso vai soar clichê, e eu odeio clichês, mas... Eu iria sim assumir a responsabilidade. Mas eu não sou assim, eu não assumiria a responsabilidade de um filho se fosse uma garota qualquer. Na verdade, acho que nem se fosse minha namorada, se bem que eu seria obrigado, mas enfim. A questão é que, eu amo a Ay, de verdade. E eu sei que com o que você mais se preocupa, é o bem-estar dela. Bem, eu também..."
As duas estavam olhando pra mim do mesmo jeito, desacreditadas de ouvir aquilo e com um meio sorriso na cara.
"Mãe, você sabe que a Ash precisa de mim, ela fica perdida sem mim. E ela resolveu ficar com o filho. E bem, eu quero ir com o Oli em turnê. Eu quero ficar com ele, nós duas vamos."
"O quê?!" E aquele jeito de falar de novo. "Mas..." Ela suspirou, e ficou nos observando por alguns segundos. "Promete me ligar todos os dias?" Ela disse com um sorriso no rosto.
"Mãe!" A Aya levantou e a abraçou.


POV Aya


Nós passamos algumas horas juntos, uma coisa meio família.
O Oli não parecia muito à vontade, mas a minha mãe, não parecia se incomodar nem um pouco com a presença dele.
"Não se esqueça de me ligar todos os dias."
"Ok, mãe."
"E você, cuide bem dela."
"Pode deixar." Acho que o sorriso dele tinha um certo efeito sob todas as pessoas.


"Pensei que seria pior."
"Eu também."
"Você não parecia estar muito à vontade."
"Ah, bem, é só que é meio difícil de acreditar que há alguns minutos atrás ela estava tentando te proteger de mim. E que depois disso, ela goste de mim."
"É, faz sentido, mas ela gosta de você."
Ela me deu um olhar rápido. "Espero que sim."
Eu me estiquei e dei um beijo na bochecha dele. "Então, enfim podemos ir pra casa. Ou quase."
Ele riu. "Ou quase. Ainda falta os meus pais."
"Mas isso não será quando nós estivermos lá?" 
"Sim, assim não tem como ninguém mandar você de volta, e tem como ela te conhecer."
"Mas que diferença faria se você dissesse e ela não me conhecesse?"
"Ah, ela vai gostar de você."
"Porquê tanta certeza?"
"Ah, por favor Ay, todo mundo gosta de você."
"Só quero ver, se quando eu chegar lá, ela achar que eu sou uma fã maluca que gosta de você."
Ele riu alto. "Provavelmente."
Eu dei um soco no ombro dele. "Ai! Que saúde hein, garota."
Nós dois rimos.
"Então, tudo que você disse lá, era verdade?"
"Han, sim, era."
Eu olhei pra ele e eu tive que gravar aquela imagem na minha mente. Ele estava vermelho. "Oli!"
"O quê?" Ele disse assustado e alternando o olhar pra mim e pra pista. 
"Você ficou vermelho!"
E ele ficou vermelho de novo. "Você está vermelho de novo! Deus, essa imagem vai ficar gravada na minha memória pra sempre."
Ele freou o carro bruscamente e se virou com uma cara brava pra mim.
Só o encarei assustada e antes que eu pudesse dizer algo ele me agarrou.
"E o quê? Isso é pra eu nunca mais tocar no assunto?"
"É."
"Vai sonhando." Ele fez uma cara emburrada e deu a partida no carro.
Eu ri. "Não fique tão bravo, tomatinho."
"É, é, aproveite enquanto ainda pode."
"Uh, que medo."
"You better fear me dear."
Eu ri mais alto. "Ou o quê? Você me mata?"
"Talvez."
"Acho que eu seu contar isso pra alguém, será de segundo grau."
"E quem disse que você terá tempo?"
Quando percebi já estávamos em frente a casa da Ash e ele já estava abrindo minha porta e me pegando no colo.
"O que você está fazendo?"
Ele saiu correndo pela calçada, entrou correndo em casa e subiu as escadas.
Ele me jogou na cama e trancou a porta.
"Disse que você não teria tempo."

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