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Friday, 1 October 2010

Capítulo 15

POV Tom


Hoje eu estaria em casa de novo e o Oli continuaria sua turnê. Ele parecia estar normal, até pra mim. Mas algo me dizia que não estava tudo bem.
"Sykes."
"Quê?"
"Está tudo bem?"
"Claro. Por que não estaria?" Ele sorriu. Isso ficava cada vez mais estranho.
"E a garota?"
"Ah, eu confundi as coisas. Era só uma noite." Ele não confundia seus sentimentos. Ou gostava, ou não.
"Hum. E você não a viu?"
"Não." Ele disse tão naturalmente que quase me fez acreditar. Mas eu sabia que era mentira.
"O que me faz lembrar. Aquele dia você disse que estava com a namorada dela. Estava tentando traçar ela?"
"Eu não trairia a Melanie. E como você ficou tão desatualizado. Nós viramos amigos."
Ele gargalhou. "Então, você estava com ela e não conseguiu nada? Você é um mesmo um viado."
Ele realmente parecia ter voltado ao normal. Mas eu ainda não estava convencido. "Oli, eu te conheço. O que você tem?"
"Por que você acha que tem algo errado? Eu já disse que está tudo bem. Eu não preciso de nenhuma garota no meu pé pra estar bem."
Pronto, consegui tirar alguma coisa. Eu ri baixo. "Mas eu não perguntei dela."
Ele me olhou torto. "Mas tinha perguntado antes. Já disse que estou bem. E por que não conseguiu nada?"
"Eu não tentei nada."
"Viu, estamos jogando o jogo da mentira." Filho da mãe.
"Então você mentiu?"
"Sim, e você também. Eu sabia que ia te pegar. Então... Por que não conseguiu nada?"
"Ela gosta demais da Aya e depois que eu percebi isso, realmente não quis mais nada com ela. Ela é uma boa pessoa."
Ele gargalhou de novo. "Se ela não tivesse te rejeitado você a teria rejeitado. E você quis dizer literalmente, né?" Ele riu. "Ela também era bonita, mas a Aya era mais."
Sabia, peguei ele. Óbvio que as duas eram bonitas, mas qualquer um diria o contrário. "Não era não."
Ele parou de fazer as malas e se virou pra mim. "Você é cego?" Ele parecia surpreso, isso realmente me incomodou. "Por que você acha que fiquei com ela?" 
Agora ele queria dar uma de machista, pra variar. "Por que ela te chamou a atenção." Dei ênfase no ela.
Ele se virou e continuou fazendo as malas. "Tá legal Tom, você está certo."
"O que foi agora?"
"O que foi o quê?"
"Eu te contei a verdade, agora você tem de me dizer a verdade."
"Eu não disse que iria te contar." Odeio quando ele faz isso.
"Então quer dizer que você admite."
"Admito o quê?"
"Ela não é só uma noite."
"Sim, ela é." Ele disse num tom de convicção. "Agora quer parar de me encher?"
"Você não devia ter dito 'foi'?"
"Han?"
"Você devia ter dito 'Sim, ela foi'. Você disse, ela é. Você faria de novo."
Ele se virou bravo pra mim. "O quê você quer de mim?"
"A verdade."
"Por que você está fazendo isso?"
"Isso o quê?"
"Eu estou tentando esquecer isso tudo. Você não está ajudando." Ele estava mesmo bravo.
"Esquecer o quê exatamente?"
Sua expressão mudou de repente. "Você quer ser tio agora Tom?" Han?! Ele não fez isso!
"Han? Como assim?"
"Ela está grávida. Eu não posso lidar com isso agora."
"Você não precisa lidar com isso agora. Já que você fez isso, podia pelo menos mandar pensão à ela. É o mínimo que você pode fazer."
"O quê você pensa que eu sou? Eu já ia fazer isso." Então ele tinha cogitado a possibilidade de assumir.
"Por que não?"
"Eu não tenho tempo. E além do mais, ela já vai abortar." Ele se virou e continuou fazendo as malas.
"O quê?! E você vai deixar ela fazer isso?"
"Eu disse pra ela fazer isso." Ele estava mesmo pensando?
"Por que, você tem ideia do que isso implica. Você vai estar tirando uma vida!"
"Eu sei, porra! Você acha que isso não dói mais em mim, do que em você?"
"E desde quando você se importa com isso?" Eu disse um tom bravo. "Isso não faria nenhuma diferença pra você, por que agora você parece se importar, com um filho e com os sentimentos de uma garota que você conheceu à pouco mais de uma semana?" 
"Desde que ela apareceu! Você queria a verdade? É essa! Agora será que dá pra você dar o fora daqui?!"
"Tudo bem." E sai. Ele tinha mesmo sido pego. Mas o que eu podia fazer? Ele era muito cabeça dura, e se eu tentasse algo magoaria a Ashley. Odeio me sentir um inútil.


POV Aya


Minha vida estava mesmo um inferno. Quem iria imaginar que apenas uma música mudaria a minha vida pra sempre.
Eu teria de contar tudo pra minha mãe. E eu que ficava me perguntando como contaria pra ela que namorava uma garota. 'Ah, eu estou grávida do Oliver e vou morar com a Ash, minha namorada ok?'. Definitivamente era uma péssima abordagem.
A Ash disse que eu poderia ir morar com ela e nós tomaríamos conta da criança. Afinal não poderíamos ter uma mesmo. E como a avó dela envia dinheiro pra ela poder sustentar a casa e sobra, era só termos algum trabalho e conseguiríamos passar por tudo.
Mas eu ainda me perguntava o que era certo. Quer dizer, nada me parecia certo. Nada do que eu fiz desde o início pareceu certo. Por que agora minha vida inteira parecia tão horrível?
Sentia como se eu fosse uma prostituta e todo mundo parecia me olhar torto. Talvez fosse só paranóia minha. 
Eu ainda tinha de decidir o que eu iria fazer. 
Acho que eu me mataria, tornaria tudo mais fácil. Essa seria minha solução se uma vida não estivesse crescendo dentro de mim.
Isso me fazia pensar nela e não em mim. Me doía pensar na possibilidade de matá-la. Argh doía só de pensar nessa palavra, matar.
Acho que eu vou ter esse filho. Eu e a Ash damos conta disso. Assim eu espero.
Só espero que as coisas não virem de pernas pro ar de novo. Acho que eu não aguentaria.
Agora eu só podia pensar nessa vida. Uma coisinha que devia ser do tão de um grão de arroz crescendo dentro de mim, até ficar grande.
"Aya!" Minha mão me tirou dos meus pensamentos.
"Já vou mãe." Desci correndo as escadas. "O quê foi mãe?"
"Aya Hitch! Pode me dizer o que significa isso?" Como eu pude ter esquecido de ter jogado o teste fora num lugar onde ela não poderia ver. É, dessa vez eu estava mesmo fudida.

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