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Wednesday, 13 October 2010

O Cobrador

Capitulo 2º - Uma longa, longa noite...

A noite de ontem foi muito boa para a minha conta bancaria. A minha porcentagem da cobrança me permitiria comprar um carro. Mas eu não sou de me mostrar exuberante. Guardei o dinheiro no banco como tenho feito desde que consegui comprar o meu apartamento no centro e meu carro que me faz sumir da cena do crime mesmo antes de alguém ter conhecimento do que aconteceu.

Não gosto de usar armas, fazem muito barulho e muita bagunça. Eu sou do tipo mais discreto, do tipo que gosta de só sujar o necessário, e odeio quando atiram em mim, porque eu adoro as minhas roupas. Tive alias depois de ontem que comprar um conjunto novo de terno listrado.

Meu telefone tocou e uma voz que eu nunca ouvi na vida, me diz que eu tenho que pagar pelos meus últimos dez anos...

Eu respondo com uma risada e desligo...

Uma granada entra pela minha janela. Mas isso pra mim e simples eu jogo ela pra fora... Mas as duas irmãs, e prima e as quatro amigas que entram logo depois, não são tão fáceis de expulsar. Só tenho tempo de pegar meu terno e pular pela janela que foi quebrada pela primeira criança.

Vejo um carro saindo em disparada e dobrando a esquina. Meu primeiro pensamento foi chegar ate o meu carro. Mas ele previu que eu faria isto e o CORNO EXPLODIU O MEU CARRO. Mas que filho da puta. Agora ele me deixou nervoso. Procuro meus equipamentos: minha carteira, meu terno, meus cartões e celular. Ele vai lembrar o dia que ele morrera pelo resto da vida infeliz que ele vai levar no inferno.

Com duas ligações eu estou de novo em ação. Uma pro carro novo, outra pra um esconderijo novo. Trabalhar pras pessoas que eu trabalho tem as suas vantagens.

Na oficina onde eu paguei o carro, eu passei a mão em um bloco e em uma caneta de um cliente, só podia ser de um cliente, afinal o pessoal da oficina não tinha cacife pra comprar uma daquelas. Fiz umas notas com nomes de pessoas que eu havia cobrado e não havia matado depois. Na verdade alista tinha só dois nomes, porque quem pagava, eu não precisava cobrar, e quem não pagava, eu precisava matar para receber.

Só dois caras que ficaram vivos. Um deles eu só consegui aleijar antes do amontoado de capanga pular em cima de mim, e me obrigar a sujar minha roupa. Mas este não poderia ser porque ele não tinha voltado pra cidade e não tinha tanto poder para fazer isso de fora dela. Mas o outro com certeza poderia fazê-lo mesmo se estivesse do outro lado do mundo. Um ancião pediu ajuda ao chefe dos meus chefes. E depois cometeu o maior erro da sua não vida: ele tentou sair da cidade sem pagar pelo serviço. Naquela noite quando eu recebi a ligação, eu saberia que a coisa iria ser difícil. Sai de casa de uma maneira que eu odeio: calça jeans e camisa preta, tênis e boné. O boné foi mais pros meus vizinhos não reconhecerem, eu iria odiar isso...

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